segunda-feira, 12 de julho de 2010

· O que caracteriza uma pesquisa social? Existe apenas um paradigma da ciência?

Se existem várias formas de ver, explicar e interpretar o mundo, fica explícita a não aceitação da hegemonia do conhecimento científico, dado que é impossível uniformizar os procedimentos de explicação dos fenômenos naturais e sociais, fato este desejado pela cientificidade.
A cientificidade representa uma tradição geral de auto-regulação do conhecimento, mas que não pode, conforme Minayo (1999, p.11), ”ser reduzida a uma forma determinada de conhecimento; ela pré-contém, por assim dizer, diversas maneiras concretas e potenciais de realização”.
Desta forma, podemos inferir que a cientificidade na pesquisa social possui três grandes questões referentes à sua objetividade, dado que:
· Fazemos parte da realidade estudada enquanto indivíduos com nossa subjetividade e intersubjetividade.
· Ao buscar os métodos das ciências naturais e a eles recorrer, estamos descaracterizando os fenômenos e processos sociais, em virtude de sua subjetividade.
· A realidade estudada é marcada pelas diferenças e especificidades, o que dificulta a padronização de princípios.
As questões elencadas explicitam por si mesmas que o trabalho científico possui dois momentos: o primeiro, cria teorias, define métodos, princípios e, o segundo, ratifica, reinventa ou define outras direções. Neste processo, o pesquisador adota critérios de historicidade e de colaboração, o que nos leva a afirmar que o objeto das ciências sociais é histórico, possui espaço e configuração própria.
É um espaço no qual o tempo não deve ser visto em sua dimensão cronológica, mas, sim, um tempo onde presente e passado se mesclam e se projetam no amanhã, ou seja, no futuro, num enfrentamento entre o fato concreto e o seu vir-a-ser.
A pesquisa social não apenas reconhece mas trabalha com diferentes abordagens e visões do mundo e os cientistas sociais cada vez mais tentam aumentar e aprofundarem seus conhecimentos em termos destas diferentes visões do mundo, buscando novos conhecimentos. Neste contexto é importante definir método e apresentar as diferenças existentes entre eles;
Se método é o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos utilizados para atingir determinado objetivo, neste caso o conhecimento, vimos que há cinco métodos para a construção do conhecimento:
O dedutivo que parte do geral para o particular, aonde a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro, que decorre de princípios evidentes e irrecusáveis e que difere do indutivo que parte do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares aonde o conhecimento é baseado exclusivamente na experiência, sem levar em consideração princípios preestabelecidos, difere também do dialético que tem como norte a lógica e a história da humanidade, que segue a trajetória dialética, nas quais as contradições se transcedem, mas dão origem a novas contradições para passarem a requererem soluções, que por sua vez difere muito do fenomenológico que é um tipo de estudo direto sobre os dados que se tem, que mostra o que é dado e esclarece, que não explica através de leis nem deduz a partir de princípios, mas considera imediatamente o que esta presente à consciência, objeto. Todos bem diferentes do hipotético que é ligado a experimentação.
Paradigma, segundo Kuhn (2003), é um modelo que traz consigo novas soluções para os problemas de determinadas áreas do saber, superando o antigo. É um conjunto de pressuposições sobre a realidade de diretrizes, crenças, valores, técnicas partilhados por determinada realidade (CHIZZOTTI, 2006).
O conceito de paradigma é usado também pela ciência como tradição e cada tradição é apoiada numa nova matriz de pressupostos normativos, que são classificadas conforme os vários campos distintos de pesquisa. Segundo Chizzotti (2006), o paradigma é também conhecido como modelo de pesquisa, postura em pesquisa ou teoria.
Portanto, paradigma é um conjunto de soluções concretas, uma realização científica que fornece os instrumentos conceituais e instrumentais, visando a solução de problemas, é uma concepção de mundo que pressupõe um modo de ver e de praticar, engloba um conjunto de teorias, instrumentos, conceitos e métodos de investigação (KUHN, 2003).
Pesquisa Pedagógica
· Conceito e importância.
· A pesquisa como investigação sistemática.
Após o conhecimento das várias formas de ver e conceber o mundo, dos conceitos de ciências e dos paradigmas que lhe dão sustentação, abordaremos a temática Pesquisa Pedagógica do projeto e sua implementação.
Contudo, antes de prosseguir, solicitamos a você que faça uma parada para reflexão.
A pesquisa pedagógica, como as demais formas de pesquisa, possui seus adeptos, como também aqueles que não a aceitam.
A aceitação desta modalidade de pesquisa baseia-se no fato de que ela não é quantitativa, psicométrica, positivista ou experimental. Ela surge da intencionalidade de ser uma antagonista da tendência dos estudos dos termos referentes ao cotidiano da sala de aula.
Para o desenvolvimento desta modalidade de estudo, é preciso o envolvimento de atores do processo ensino-aprendizagem – conhecer quem é o pesquisador – neste caso, é o professor que deve ter como objeto de estudo na sala de aula.
Este tipo de pesquisa enseja o conhecimento do papel de identidade do professor, no tempo em que também contribui para que haja um ensino-aprendizagem de melhor qualidade na sala de aula.
Ao recorrer à pesquisa pedagógica para o desenvolvimento do seu projeto atual de pesquisa, você deve ter em foco uma mídia, que capte a realidade social, enriqueça o espaço da sala de e reforce a dignidade docente, uma vez que estará inserindo o novo, não seguindo uma prescrição verticalizada e verticalizante
Ao apresentar a realidade cultural, econômica e política midiatizadas para os seus alunos, você não estará apenas compartilhando conhecimento e experiência, mais sim, desenvolvendo competências, e autonomia tendo em vista a tomada de decisão.
Outro aspecto amplia o leque da pesquisa pedagógica: é que ela, além do empirismo da observação de sala de aula, pode recorrer a estudos históricos, antropológicos, sociológicos e outros.
Ao estudar o uso de mídias, você poderá abordar temas políticos, de interesse de sua comunidade, questões relevantes a gênero, classes sociais etc.
Pelo exposto, podemos inferir que a pesquisa pedagógica pode ser desenvolvida em qualquer cenário que possibilite a análise e a interpretação do fenômeno.
A pesquisa pedagógica envolve: a observação empírica da sala de aula; a reflexão sistemática; a documentação das experiências - pode ser voltada para estudo de pessoas, textos etc. Pode estudar o passado, o presente ou mesmo ser prospectiva. Esta modalidade de pesquisa deve possuir todas as características das demais pesquisas, logo, deve ser sistemática, ou seja, não pode ser casual ou arbitrária, deve estar baseada em teoria e contemplar as diversas áreas do conhecimento. Deve ser um meio de construção do conhecimento.
Outro aspecto amplia o leque da pesquisa pedagógica: é que ela, além do empirismo da observação de sala de aula, pode recorrer a estudos históricos, antropológicos, sociológicos e outros.
Ao estudar o uso de mídias, você poderá abordar temas políticos, de interesse de sua comunidade, questões relevantes a gênero, classes sociais etc.
Pelo exposto, podemos inferir que a pesquisa pedagógica pode ser desenvolvida em qualquer cenário que possibilite a análise e a interpretação do fenômeno.
A pesquisa pedagógica envolve: a observação empírica da sala de aula; a reflexão sistemática; a documentação das experiências - pode ser voltada para estudo de pessoas, textos etc. Pode estudar o passado, o presente ou mesmo ser prospectiva. Esta modalidade de pesquisa deve possuir todas as características das demais pesquisas, logo, deve ser sistemática, ou seja, não pode ser casual ou arbitrária, deve estar baseada em teoria e contemplar as diversas áreas do conhecimento. Deve ser um meio de construção do conhecimento.

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